Hélio

Hélio
Operacional

domingo, 25 de março de 2012

Detentos têm chance de fazer cursos técnicos em presídio do ES..

Em todo o estado, segundo a Sejus, cerca de 24% dos presos estudam.
No presídio de Xuri, internos podem fazer até curso de petróleo e gás.

Salas de aula ficam cheias na Penitenciária de Xuri, em Vila Velha, no ES
“Uma grande chance para recomeçar minha vida”, é assim que o detento Diego Oliveira Cunha encara a oportunidade de poder estudar na Penitenciária de Xuri, em Vila Velha, na Grande Vitória. Ele faz parte dos 70% dos presos da unidade que assistem às aulas, que acontecem como em uma escola comum. As salas de aula ficam cheias, e, além do ensino básico, eles têm a chance de fazer cursos técnicos profissionalizantes. É o caso do capixaba João Antônio da Silva, que faz um dos cursos mais procurados do país, Petróleo e Gás.
“Eu tive a oportunidade de estudar lá fora, mas me perdi no crime, acho que Deus me colocou aqui para eu mudar de vida. Mesmo no crime eu frequentava as aulas, mas preferia o tráfico. Agora, faço um curso bom, que vai poder abrir muitas portas quando eu sair. O petróleo está em alta e isso pode me ajudar”, disse o detento, consciente da oportunidade que ganhou atrás das grades.
Apesar de gostar do curso que faz, João Antônio revela que tem outras paixões: os livros de História e a música. “Meu sonho é ser professor de História, gosto de aprender e de ensinar. Fora da sala de aula dá tempo para tocar teclado no grupo de música do presídio”.
Biblioteca é bastante procurada pelos presos em Xuri

Alfabetizado atrás das grades
Mato-grossense, Diego Oliveira foi detido há quatro anos por transportar drogas de seu estado natal para o Espírito Santo. Ele conta que quando chegou ao presídio nunca havia estudado. O jeito foi ser alfabetizado dentro das penitenciárias por onde passou. “Fiz muita coisa nessa vida, mas na verdade não fiz nada. Me descobri nos estudos, fui preso há 4 anos e já fiz da 2ª série ao ensino médio, mudei demais. Quando sair daqui, eu quero ser contador, trabalhar e mostrar que sou outra pessoa”, conta Diego.
Para auxiliar no processo de alfabetização, o detento teve também o apoio de uma biblioteca, que fica à disposição dos internos de segunda a sexta-feira, no presídio de Xuri. “Gosto muito de ler romances, em especial Sidney Sheldon. Ultimamente li de outro autor ‘A Menina que Roubava Livros’ que é muito bom também. A leitura ocupa o nosso tempo e faz a gente aprender ainda mais”, diz Diego.
Quem também gosta de passar os dias de reclusão acompanhado de um livro é Rubson Leite. Preso há nove anos, ele resistiu a estudar, mas frequenta a sala de aula há um ano. “Se eu ficasse à toa, ia pensar em muita coisa ruim. Gosto dos livros de aventura, em especial Robinson Crusoé. Nas aulas, eu gosto de matemática, ocupa minha mente, e pode me ajudar porque quero abrir um comércio quando for solto”, conta.
Outra boa oportunidade para os presos é a chance de estudar inglês. Muitos praticam o que aprendem da nova língua no dia a dia. Durante a aula, os olhos ficam atentos no quadro e na professora. Eles gostam de repetir cada nova palavra do idioma. “Na cela a gente fica treinando em inglês para poder praticar e se distrair”, diz João Antônio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário