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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

PM apura se major morto em SP estava sem colete..


A Polícia Militar apura se o major morto com um tiro disparado por um criminoso com reféns durante um assalto em andamento a uma loja de materiais de construções na Zona Sul de São Paulo, na noite de quarta-feira (7), emprestou o colete à prova de balas que deveria usar a um jornalista que acompanhava a operação.

Policiais civis que estiveram no local do crime comentaram informalmente nesta quinta (8) com o G1 que policiais militares disseram Sandro Moretti Silva Andrade, subcomandante do 1º Batalhão de PM Metropolitano da Zona Sul, teria cedido seu equipamento de segurança a um funcionário de uma empresa jornalística que havia solicitado a peça.

A Polícia Civil, que investiga se houve legítima defesa ou excesso na ação da PM no caso, também recebeu a informação desse suposto empréstimo do colete do major.

Mesmo estando de folga, o major Andrade usava farda, mas não estava com o colete quando foi ao comércio na região do M´Boi Mirim. A corporação obriga o uso do equipamento por policiais fardados em operações. Quando foi baleado no ombro esquerdo, o oficial estaria tentando negociar com o bandido a rendição de três funcionários que eram usados como escudos e mantidos reféns.

Segundo o coronel Álvaro Camilo, comandante-geral da PM no estado de SP, e o coronel Marcos Roberto Chaves da Silva, responsável pelo Comando de Policiamento Metropolitano da PM na capital, a informação de que o major poderia ter supostamente emprestado o colete a alguém está sendo apurada.
“Não há nenhuma comprovação de que isso [empréstimo do colete] ocorreu. Mesmo assim, vamos apurar essa informação”, disse o coronel Álvaro Camilo. “Soubemos dessa informação e ela está sendo apurada. Apesar disso, nada foi confirmado nesse sentido”, completou o coronel Marcos da Silva.
De acordo com o coronel Camilo, o major pode ser considerado um herói e receberá honras militares, mas descumpriu as normas de conduta da PM ao ir para o local do assalto sem o colete. “Ele não seguiu as orientações e normas da PM que determina o uso obrigatório do colete quando se está fardado e em atividade operacional. O uso do colete, bem como da pistola calibre 40 e do gás de pimenta, é de uso individual de cada policial militar. Houve uma falha operacional neste caso, mas quero deixar claro que ele morreu como herói tentando salvar outras vidas”, disse Camilo.
Quando foi para a loja, o major tinha a informação de que três criminosos estariam assaltando o local e mantendo pelo menos oito reféns. Dois bandidos fugiram antes da chegada dos policiais militares. Um ficou dentro do imóvel e exigiu a presença da imprensa para se entregar.
O major, que seria o oficial com a patente mais alta no local, teria assumido o comando das negociações com o criminoso para a libertação de três reféns que ele mantinha como escudo sob a mira de um revólver calibre 38. Andrade estaria a uma distância de cerca de 5 metros do bandido. Subitamente, o criminoso baleou o major no ombro esquerdo. A bala atingiu órgãos importantes do major, que morreu no hospital. Não há informação se Andrade estava armado.
O homem que baleou o major ainda atirou mais duas vezes. Um desses disparos acertou um soldado da PM. Toda a ação foi filmada pelo Globocop. Esse policial usava colete, onde a bala ficou alojada. Apesar disso, o impacto do tiro o feriu, mas ele está internado e não corre risco de morrer. O terceiro disparo não atingiu mais ninguém.
Em seguida, um outro policial militar que participava da operação revidou os disparos. Em depoimento à Polícia Civil, que investiga se a PM cometeu excessos na ação, ele assumiu a autoria dos disparos que mataram o bandido. Ao todo, ele disse ter dado oito tiros. O Instituto Médico Legal (IML) ainda não informou ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) com quantos tiros o criminoso foi morto. O nome dele também não foi divulgado.
As armas do criminoso e do PM foram apreendidas pela equipe A Sul do DHPP. O delegado Fábio Guedes Rosa, que preside o inquérito, irá submetê-las à análise dos peritos do Instituto de Criminalística (IC).

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